O último final de semana foi marcado por muita fé, devoção e festa em
Ilhabela. O principal motivo foram as celebrações dos 229 anos da Congada de
São Benedito, a maior manifestação cultural da cidade.
Ritual que se recria há mais de duzentos anos, a Congada de São Benedito é
celebrada nas ruas da Vila, centro histórico de Ilhabela, desde 1794, de acordo
com registros do arquivo do Estado de São Paulo.
“Viva a Congada de São Benedito, a maior manifestação cultural e folclórica da
nossa cidade. Faço sempre questão de participar dos festejos da Congada e
me sinto feliz em ver a tradição e a cultura de nossa Ilhabela sendo valorizada”,
declara o Prefeito de Ilhabela, Toninho Colucci.
Com forte influência africana bantu, a Congada é uma apresentação
teatralizada com falas, danças, ritmos e cantos que narram uma desavença
entre dois grupos. Por volta de 1785, o escravizado Roldão Antônio de Jesus
chegou da África no porão de um navio negreiro, desembarcou em
Castelhanos e foi vendido para a fazenda Morro do Espinho, na Cocaia.
Tornando-se devoto de São Benedito, Roldão difundiu sua crença e deu início
ao que hoje é uma das maiores riquezas culturais da cidade.
Este ano, a Congada esteve presente na programação da Semana da Cultura
Caiçara, promovida pela Prefeitura de Ilhabela, que realizou diversos eventos
voltados à cultura caiçara, como contação de histórias, danças típicas e shows
musicais.
Uma das ações mais simbólicas da Congada de São Benedito é a Ucharia, que
reúne centenas de pessoas na hora do almoço, para uma refeição coletiva. A
comida é preparada pelas mulheres dos congueiros, com ingredientes doados
pela comunidade. O alimento é preparado ainda nos tradicionais fogões
“tacuruba”, montados manualmente sobre pedras grandes que assentam os
enormes tachos e panelões.
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