O Prefeito de Ilhabela, Toninho Colucci, assinou na sexta-feira (18/3) o decreto
9152 que flexibiliza o uso de máscaras em locais abertos e fechados da cidade,
com exceções de todas as unidades de ensino.
Pelo decreto, os estudantes de toda a rede de ensino de Ilhabela (municipal,
estadual e particulares), deverão, obrigatoriamente, usar as máscaras dentro
das salas de aula, leitura e informática, por serem locais mais confinados. Fica
mantida a obrigatoriedade do uso de máscaras em toda a cidade nos locais
destinados à prestação de serviços de saúde e no transporte público.
“Vamos analisar durante o período de 15 dias como será esta restrição e a
partir daí poderemos tomar novas decisões, tanto para flexibilizar ou restringir,
dependendo dos índices e avaliações do Comitê de Enfrentamento ao Covid-
19 de Ilhabela”, destacou o Prefeito.
Colucci alertou ser necessário ter muito cuidado neste momento de
flexibilização. “Acho prematura a decisão de desobrigar o uso de máscaras em
todos os ambientes. É preciso fazer uma abertura responsável, pautada na
ciência e não no calendário político como alguns governantes fazem”, disse.
Para Lorena Barberia, professora no Departamento de Ciência Política da USP
(Universidade de São Paulo) e coordenadora científica da Rede de Pesquisa
Solidária e pesquisadora do Observatório Covid-19 BR, “a decisão do
governador do Estado de São Paulo, João Dória, de desobrigar o uso de
máscaras contra a Covid-19 em espaços fechados é precoce e passa a
mensagem errada sobre o estado da pandemia, “destacou Lorena, em
entrevista ao Jornal Nexo.
O professor do Departamento de Biologia Celular da Universidade de Brasília,
Bergmann Morais Ribeiro, em entrevista à Agência Brasil, entende que não é o
momento de liberar o uso de máscaras em ambientes fechados.
“Como o número de transmissões está diminuindo ao longo do tempo, a
liberação em espaços abertos é algo natural. Mas, ainda não é o momento
para espaços fechados. A variante ômicron é muito transmissível e há pessoas
imunossuprimidas ou idosos que, se pegarem o vírus, mesmo vacinados,
correm o risco de ser hospitalizados e ter a doença de forma grave”, disse.
Outro ponto destacado pelo professor é a necessidade de que os brasileiros
completem o ciclo vacinal contra a Covid-19. “A pandemia ainda não acabou.
Existem outras variantes que surgiram, aumentando o número de infecções em
algumas localidades, como Grã Bretanha, Hong Kong e China. Se não
tomarmos cuidado, pode aparecer uma nova onda”, finaliza.
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