A Justiça Eleitoral de São Sebastião decidiu penalizar o veículo de comunicação O Ancoradouro Jornalismo e Eventos Ltda. por veicular uma pesquisa eleitoral de forma irregular. No processo nº 0600201-63.2024.6.26.0132, a 132ª Zona Eleitoral impôs uma multa de R$ 53.205,00 e outras sanções à empresa.
A decisão, datada de 25 de agosto de 2024, foi tomada após uma representação do partido Podemos, que alegou que a pesquisa divulgada continha dados incorretos e não registrados sobre a eleição local. A pesquisa, publicada em formato físico e digital, apresentava informações enganosas que não refletiam a realidade do eleitorado, comprometendo a transparência do pleito.
O juiz eleitoral Vitor Hugo Aquino de Oliveira determinou a remoção imediata de todas as publicações relacionadas à pesquisa e exigiu que a empresa apresente exemplares remanescentes da edição impugnada, sob pena de multa adicional de R$ 1.000,00 por exemplar distribuído.
Além da multa principal de R$ 53.205,00, a decisão enfatiza a importância de manter a integridade do processo eleitoral e prevenir a influência indevida de informações fraudulentas sobre o eleitorado.
Pesquisa do Instituto Quality está sob investigação
A recente divulgação de uma pesquisa eleitoral pelo Instituto Quality, que indicava o professor Gleivison Gaspar como líder nas intenções de voto para a prefeitura de São Sebastião, está gerando polêmica e levantando sérias suspeitas de irregularidades.
A pesquisa, publicada nas redes sociais de Gleivison, mostrava uma vantagem significativa para o candidato do Progressista (PP), com 49,72% das intenções de voto válidas. No entanto, a confiabilidade dos dados do Instituto Quality está sendo amplamente questionada. O instituto, com sede em São Paulo, já esteve envolvido em investigações anteriores por práticas fraudulentas.
De acordo com reportagem de Oscar Neto de setembro de 2020, o Instituto Quality foi vinculado a um esquema de manipulação de pesquisas eleitorais. Entre 2012 e 2018, o grupo associado ao instituto, sediado em Presidente Prudente, foi acusado de produzir pesquisas falsas em diversas cidades do interior paulista. As alegações incluíam a divulgação de resultados manipulados em troca de pagamentos ilícitos.
Apesar de cumprir requisitos formais, como a contratação de estatísticos e o registro das pesquisas, há fortes indícios de que os resultados não refletem a realidade. A empresa é acusada de falsificar dados e empregar estratégias para enganar o eleitorado.
Documentos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indicam que o Instituto Quality e outros institutos associados ao grupo de Presidente Prudente têm um histórico de pesquisas imprecisas e questionáveis. A falta de fiscalização rigorosa e a persistência desses institutos em desrespeitar as normas eleitorais são fatores preocupantes.
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