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Prefeitura de Ubatuba cria grupo de trabalho para combater invasões de áreas públicas

A Prefeitura de Ubatuba criou um grupo de trabalho intersetorial para articular

as ações de combate às ocupações irregulares de áreas públicas e de

preservação permanente no município. A força tarefa será composta por

representantes das secretarias municipais de Urbanismo, Meio Ambiente,

Infraestrutura, Assuntos Jurídicos, Assistência Social, Habitação, Segurança e

Defesa Civil, além do Gabinete da Prefeita, do Conselho Tutelar e da Guarda

Municipal.

Os detalhes foram discutidos em reunião realizada na última quarta-feira, 8,

com a prefeita Flavia Pascoal (PL). “A intenção é coibir novas invasões e

monitorar as invasões existentes”, destaca a secretária de Habitação, Silvana

Caccin D’Angelo. “Nesses locais há parcelamento irregular do solo e pessoas

lucrando em cima de famílias que terão suas casas demolidas. Trata-se de ato

criminoso em áreas que não são passíveis de regularização e que não se

encontram dentro de nenhum planejamento urbanístico, causando dano

ambiental, degradação do meio ambiente, esgoto a céu aberto, falta de

iluminação, falta de água. Além de ser parcelamento irregular, os locais não

permitem quaisquer condições de sobrevivência”, completa D’Angelo.


“Além de articular as atividades que já estão em andamento, a expectativa é

que o grupo desenvolva novas ações como, por exemplo, um trabalho conjunto

com a Polícia Ambiental, a Polícia Rodoviária Federal e o Ministério Público”,

explicou o assessor de Relações Federativas, Thiago Gigliotti. “Queremos

conter esse avanço com os poucos recursos humanos e financeiros que

temos”, completou.


Monitoramento será feito por satélites do Inpe


O monitoramento das invasões está sendo feito por meio do convênio com o

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que tem satélites que

produzem imagens em tempo real e que, a cada cinco dias, mostram

informações sobre novas invasões. Isso agiliza a identificação de núcleos

irregulares e áreas de preservação e permite o envio da equipe de fiscalização

diretamente ao local onde é constatada uma invasão.


“A expectativa é intensificar as ações em campo com a equipe montada e já

com equipamentos como tratores e caminhões para fazer as demolições

necessárias de novas invasões”, informou a secretária.


Outra ação em discussão é o estabelecimento de parceria entre a Prefeitura de

Ubatuba e a Polícia Ambiental para a realização de atividade delegada de

fiscalização ambiental.


“As ações demolitórias nos 8 meses da atual gestão já superam o total de

demolições de construções irregulares feitas nas últimas duas gestões da

prefeitura”, destacou Gigliotti.


Secretária alerta população sobre golpe


A secretária de Habitação alerta que há profissionais oferecendo serviços à

população residente em áreas onde não cabe procedimento de regularização

por serem de ocupação recente.


“As ocupações têm marco temporal. Somente são permitidas regularizações

em áreas que existiam antes de 22 de dezembro de 2016, conforme a lei

13.465/2017. Assim, o que foi ocupado depois não é passível de

regularização”, explicou D’Angelo.


“Se um profissional oferece trabalho em uma área recente, não consolidada, a

pessoa que contrata está sendo ludibriada. É preciso tomar muito cuidado com

esse tipo de proposta e vir consultar a prefeitura”, agregou.


A equipe da Prefeitura continua a realizar o processo de regularizações. Já

foram feitas mais de 50 visitas e reuniões em núcleos que têm entre 50 e 100

famílias. Nesses encontros, é explicado onde e a quem cabe a regularização, o

mínimo de infraestrutura necessário, os projetos existentes para levar água,

entre outros aspectos.


“Estamos retomando alguns núcleos antigos e que estavam parados há muito

tempo na prefeitura, além de acompanhar novos processos. É um trabalho

contínuo já que cerca de 80% da cidade é irregular, correspondendo a mais de

50 mil imóveis”, informou a secretária.


Núcleos em processo de regularização


A previsão é a de concluir ainda em 2021 a regularização de alguns núcleos

como Marafunda, Colônia de Férias, Rua Sena e um pouco do Ubatumirim.


Outros em andamento estão bem adiantados, como rua José Pedro e Rio

Escuro. “Somente neste ano, mais de 2 mil pessoas foram cadastradas. Em

alguns núcleos não conseguiremos entrar com a titulação (matrícula) neste ano

mas já conseguiremos fazer a parte de infraestrutura com 120 ligações de água

que não eram permitidas no Bela Vista. Também trabalhamos para ligar água

na Cachoeira dos Macacos e Sesmarias, ação que integra o projeto de

regularização”, finalizou D’Angelo.

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