A Prefeitura de Ubatuba, por meio da Secretaria de Esportes e Lazer, oferece aulas de surfe inclusivo para alunos de todas as idades e portadores de qualquer tipo de
deficiência. Os alunos são atendidos de maneira individual, e contam o atendimento de professores e de um fisioterapeuta. Atualmente a quantidade de alunos atendidos é limitada pois é necessário um atendimento especial para cada um, o projeto conta com cerca de sete alunos frequentes.

O instrutor de surfe Luiz Guilherme de Oliveira destacou que os professores buscam
atender cada aluno de maneira individual. “A gente procura interpretar a eficiência de cada aluno individualmente. Conhecemos o aluno, os pais, trazemos ele para
atividade na água e observamos como é a adaptação ao meio líquido. Realizamos também atividades de subida de prancha na areia”. Ele ressaltou também que o objetivo não é só ficar de pé na prancha. “Temos que respeitar os limites de cada um”.
Guilherme explicou como é feita a adaptação dos alunos ao surfe. “A gente vai
adaptando a modalidade para a realidade de cada aluno para eles vivenciarem o ato de estar deslizando na onda. Há estímulos na água, como a locomoção, e apneia no mergulho, tudo isso favorece o desenvolvimento deles”. O professor afirmou que a inclusão tem que ser feita em todas as áreas da sociedade. “Aqui no esporte a gente tem uma importante ferramenta pra trabalhar a inclusão, e ainda temos a melhora física e emocional, e da autoestima também”, concluiu.
Gleiciane Harrienton, mãe de garotinha Ana Luiza, disse que as aulas estão trazendo qualidade de vida para a filha. “Para ela está sendo maravilhoso porque é uma sensação de liberdade, minha filha tem deficiência física”. Ela declarou que, além da evolução obtida na natação, a coordenação motora da filha está melhorando bastante.
“O projeto é muito importante, pois como se diz a inclusão não é só nas palavras, mas também nas atitudes. Eles têm que se sentir incluídos em tudo, eu tento educar minha filha de uma forma onde ela saiba que é uma criança totalmente independente e o surfe já demonstra isso”. Ana Luiza participa também do projeto de Tiro com Arco, uma parceria entre as secretarias de Esportes e Educação. “São coisas que eles vão vendo e percebendo: poxa eu posso, eu consigo!”
O fisioterapeuta Gabriel Teixeira deu início a uma parceria entre as secretarias de
Saúde e Esportes na última segunda, 2. “A expectativa é muito boa pois é um projeto novo, isso é importante isso para os deficientes, criar essa oportunidade de eles poderem vir à praia e receber esse atendimento. Normalmente são pacientes que já estão numa fase mais avançada do tratamento”. A parceria visa o atendimento de pacientes da Unir – Unidade de Reabilitação e alunos da escolinha de surfe.
Florisbela de Souza, é mãe da aluna Gabrielle de Souza. “Ela deu início nas aulas no
final de novembro e é uma evolução maravilhosa. Melhora autoestima e está mais
determinada, ela fala que ela é surfista e que vai ser professora de surfe. Ela está
muito determinada e feliz!”. Florisbela nos contou também que a filha tem dislexia e
síndrome de down. “Os professores elevam muito a autoestima, fora a aula que eles dão, está sendo muito produtivo fora da água, é muito bom pra ela”.
Ela expressou gratidão e falou sobre a aplicação do projeto na cidade. “Só quem está na pele que sabe o valor que é, então não tem dinheiro que pague. Nós valorizamos muito quando tem um projeto desse”.
As alunas Gabrielle e Ana Luiza disseram que acham as aulas muito legais e
pretendem continuar. Na aula é possível fazer amigos e se divertir no mar.
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